domingo, 21 de agosto de 2011

Muçulmanos perdem perdão por massacre contra cristãos

   Dois anos depois dos trágicos acontecimentos ocorridos em Gojra, no Paquistão, que, na noite de 30 de julho de 2009, afetaram a comunidade local cristã, dois líderes religiosos islâmicos pediram perdão publicamente por “uma das piores manifestações do ódio aos cristãos no Paquistão”.



O pedido de perdão aconteceu durante um encontro depois de uma missa em sufrágio pelas vítimas, presidida pelo arcebispo de Faisalabad, Dom Joseph Coutts.



O diretor de uma escola islâmica da região, Israr Bihar Shah, e o chefe de uma mesquita próxima, Hafiz Abbul Haui, acusaram explicitamente os “fanáticos” como responsáveis pelo ocorrido e condenaram suas ações como “contrárias ao espírito do Islã”.



O chefe da polícia já havia entoado o mea culpa em 2010; as forças da ordem foram acusadas, de fato, de não terem intervindo de forma alguma para frear a violência.



Há dois anos, uma multidão de 3 mil muçulmanos invadiu o bairro cristão de Gojra, cidade do Punjab paquistanês incendiando duas igrejas e mais de 150 edifícios.



No grande incêndio, oito pessoas morreram queimadas – entre elas, 4 mulheres e uma criança de 7 anos – e outras 20 ficaram gravemente feridas.



A origem da violência foi a acusação de alguns líderes religiosos islâmicos a três cristãos – Mukhtar Masih, Talib Masih e Imran Masih –, culpados, segundo eles, de ter queimado algumas páginas do Alcorão.



Esta ação, aplicando a infame lei antiblasfêmia paquistanesa, prevê a cadeia perpétua.



Em defesa dos três homens se declarou, imediatamente, o então ministro para as minorias, Shahbaz Bhatti – assassinado em um atentado em 2 de março de 2011 – que sustentava firmemente sua inocência.



“São afirmações de importância extraordinária”, declarou o diretor da Comissão para o ecumenismo e o diálogo inter-religioso de Faisalabad, padre Aftab James Paul.



Falando com AIS, o sacerdote destacou que os dois líderes islâmicos, ainda que não tenham estado envolvidos no ataque de 2009, tiveram a coragem de pedir perdão em nome da sua comunidade por todo o ocorrido.



“Pronunciaram frase muito importantes – acrescentou –, afirmando que a religião islâmica não aceita, de forma alguma, o homicídio e que os culpados por tais ações não compreendem o verdadeiro espírito do Islã.”



O Padre Aftab acrescentou que, ainda que sejam declarações não-oficiais realizadas no final do encontro, as palavras dos dois líderes religiosos são duplamente preciosas, porque essas duas pessoas são muito conhecidas na comunidade e dessa forma “influenciarão os demais fiéis”.



Fonte: AIS








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