Os Santos dos Últimos Dias (SUD), conhecidos como mórmons, é um movimento religioso restauracionista iniciado no século XIX nos Estados Unidos da América e liderado inicialmente por Joseph Smith Jr., definido pelos seus seguidores como primeiro profeta desta época
HistóriaNa primavera de 1820, o jovem Joseph Smith Jr. de apenas quatorze anos de idade, querendo saber qual a verdadeira igreja de Jesus Cristos, pois não se contentava em se filiar a qualquer uma das existentes, resolveu por à prova a escritura que se encontra em Tiago 1:5-7. Quando começa a invocar ao Senhor em oração, eis que tem uma visão celestial. O mesmo Joseph Smith proclama ter nesta visão conversado com Deus e seu Filho, Jesus Cristo, na qual lhes ordenou que não se filiasse a nenhuma das igrejas existentes, pois todas estavam erradas. Disseram-lhe que mais tarde ele seria um instrumento poderoso em Suas mãos para a restauração da verdadeira Igreja de Jesus Cristo e que seu nome seria conhecido por bem ou mal. Esse episódio ficou conheciso entre os mórmons como a "Primeira Visão".
Em um segundo momento (depois da Primeira Visão), sempre segundo relato de Smith, um ser ressurreto chamado Moroni, que viveu nas Américas por volta do ano 400 depois de Cristo, apareceu para Joseph na forma de um anjo, e lhe entregou um livro escrito em placas de ouro, com caracteres até então desconhecidos, a que chamou hieroglifos reformados. O jovem Joseph Smith teria recebido as placas em 1827 [1] e a partir dessa altura ele as teria traduzido para a inglês, dando origem ao Livro de Mórmon, que juntamente com a Bíblia,[2] Doutrina e Convênios e Pérola de Grande Valor é considerado escritura divina para os Santos. O termo mórmon, geralmente usado para referir-se a estes, deriva do nome do profeta Mórmon, que foi um dos autores e compiladores das escrituras que formaram o livro com seu nome.
Durante o período de tradução dos caracteres, sempre auxiliado por seu companheiro Oliver Cawderi o qual era seu escrivão. Voltou a orar ao Senhor, às margens do rio Susquerrana, e como resposta obteve outra visão. Dessa vez apareceu-lhe João Batista, o qual lhes conferiu pela imposição de mãos, o sacerdócio de Aarão que lhes dava autoridade para batizar. Alguns dias depois lhes aparecereram Pedro, Tiago e João, os quais possuiam as chaves do reino de Deus, transferidas a eles pelo Senhor antes de sua ascensão aos céus, os quais lhes impuseram as mãos e lhes conferiram o sacerdócio de Melquisedeque. Primeira Visão.[3] Em 6 de abril de 1830, com apenas 6 pessoas, conforme o número mínimo exigido pelo lei americana, a igreja foi formalmente organizada. E nesse mesmo ano de 1830, Joseph Smith publicou o Livro de Mórmon, tornou-se o primeiro Élder da Igreja por ele iniciada e denominada A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, isso porque cuidava ser a mesma igreja que Jesus criara quando estava na terra, só que agora Restaurada por um novo profeta chamado e ordenado por Deus, ou seja, Joseph Smith. A mensagem da Igreja conquistou não apenas seguidores como também inimigos políticos e religiosos, pois no inicio do mormonismo, os dirigentes da Igreja se desentendiam com o governo americano e com a ética protestante, dominante no país no Século XIX.
'Os mórmons se afirmavam como os donos da verdadeira palavra de Jesus Cristo e isso alfinetava o protestantismo', diz John Gordon Melton, professor de estudos religiosos da cultura americana da Universidade de Indiana. "[4]
Segundo B. H. Roberts, um historiador mórmon, para além de motivos religiosos, ele também referiu como motivo da perseguição aos Santos a tendência dos Santos se congregarem numa só comunidade. Após a sua conversão os Santos congregavam-se em locais indicados pelos seus líderes. Essa congregação provocava conflitos com os anteriores moradores devido às diferenças significativas entre essas comunidades, nomeadamente:
diferenças culturais. Os membros da Igreja eram na sua maioria provenientes de Estados de Leste e do Norte e contrastavam imensamente com os homens da fronteira Norte Americana em temas polémicos na época, como por exemplo a Abolição da Escravatura, sendo os mórmons provenientes de Estados do Norte eram tendencialmente abolicionistas.
diferenças políticas. Como a comunidade mórmon crescia exponencialmente, ao mesmo tempo ganhava peso em votos, tornando-se ameaçadora a nível político colocando em risco os lugares governamentais ocupados pelos antigos moradores pela possibilidade de virem a ser ocupados por cidadãos mórmons.[5]
Por conseguinte, os mórmons foram vítimas de centenas de atos de violência e segregação, como incêndios de caravanas lideradas por missionários e peregrinos. A intolerância com os religiosos mórmons, culminou no assassinato de Joseph Smith Jr., morto dentro da cela onde estava preso, em Illinois.[6]
Com a morte de Smith, houve disputa quanto a sucessão do seu lugar como profeta da Igreja. Surgindo a partir daí dissidências e criações de diferentes organizações religiosas, embora mantendo a crença comum no livro de Mórmon. A organização com o maior número de membros seguiram a Brigham Young(que era presidente do quorum dos 12 apóstolos) como seu novo líder, passando este a ser considerado o segundo profeta de entre os membros da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. A igreja se reinventou, abandonando gradualmente velhas práticas, como os casamentos plurais e buscando conquistar a simpatia da opinião pública e o apoio da classe política, principalmente do partido republicano[carece de fontes?]. Também, lançou um original e sistemático programa missionário, através do qual envia anualmente milhares de jovens entre 19 e 26 anos para um trabalho de proselitismo de dois anos ininterruptos, de forma a ser hoje a igreja cristã que mais cresce atualmente em todo o mundo (dados de 2002)[7]
Um outro grupo, um pouco menor, apoiou Joseph Smith III, filho de Joseph Smith Jr., como seu sucessor. Este segundo grupo ficou conhecido como A Igreja Reorganizada de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, sendo seu nome alterado para Comunidade de Cristo no início da década de 2000.
Ver artigo principal: Crise na sucessão da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias
[editar] Crenças MórmonsAs crenças dos Santos dos Últimos Dia são a Bíblia e no Livro de Mórmon como fonte de fé, além da revelação progressiva.
A doutrina da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias inclui nuances distintos, como na concepção da trindade.
A Comunidade de Cristo possui uma teologia mais liberal, crendo que cada indivíduo possa encontrar a verdade por revelação.
[editar] Mormonismo e PolíticaMuitos santos dos últimos dias se empenham ativamente em assuntos políticos e deveres cívicos. O 12.º artigo das Regras de Fé dos santos declara: "Cremos na submissão aos reis, presidentes, governadores e magistrados, como também na obediência, honra e manutenção da lei."[8] Creem portanto, que ninguém pode violar as leis de seu país e ser um verdadeiro membro da igreja.
Os santos dão grande ênfase à cargos políticos. Considerado o primeiro profeta, Joseph Smith Jr. foi prefeito de Nauvoo, Mississippi e candidato à presidência dos Estados Unidos. Seu sobrinho, Joseph F. Smith que se tornou presidente da igreja em 1901, incentivou aos jovens a "aspirar aos grandes cargos que nossa nação tem a oferecer" .[9]
Estátua do Profeta Joseph Smith Jr. na Praça do TemploO cumprimento das leis de seu país é muito importante para tais membros. O manual "Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Heber J. Grant" incentiva "que a reverência pelas leis seja sussurrada por toda mãe americana no ouvido dos bebês que ainda estão em seu colo; que ela seja ensinada nas escolas, colégios e faculdade, que seja escrita nas cartilhas, livros didáticos e almanaques, que seja pregada nas igrejas, proclamada nos salões legislativos e executada nos tribunais de justiça." Heber, apóstolo da Igreja SUD, ensinava que a "constituição dos Estados Unidos fora instituída por Deus".[10]
O Livro de Mórmon em Alma 26:32 declara: "Preferiram sacrificar suas vidas a matar mesmo seus inimigos; e enterraram suas armas de guerra profundamente no solo, por causa de seu amor para com seus irmãos."
Entretanto, quando os santos são chamados para servirem nas forças armadas de seu país, aceitam. Durante a Primeira e a Segunda Guerra Mundial, os membros da igreja lutaram contra si, porém a Primeira Presidência afirmou que "o Estado é responsável pelo controle civil de seus cidadãos ou súditos, por seu bem-estar político e pela implementação de normas políticas, no âmbito nacional e no exterior. (…) No entanto, a Igreja propriamente dita não tem nenhuma responsabilidade em relação a essas normas, [a não ser] a de instar seus membros a serem (…) plenamente leais a seu país" (Élder Russell M. Nelson do Quórum dos Doze Apóstolos – Conferência Geral "Bem Aventurados os Pacificadores" – Outubro/2002)
Brigham Young foi o primeiro governador de Utah e demonstrava grande honra ao governo. Quando o Estados Unidos resolveram guerrear contra o México em 1846, Young ordenou recrutamento do batalhão Mórmon para auxiliar seu país, abençoando-os com as seguintes palavras: "Deus os abençoe eternamente. Fizemos tudo isso para provar ao governo que éramos leais."[11]
Young declarou que os santos dos últimos dias são um povo "muito político" e que tais membros devem votar em "homens que apoiem os princípios de liberdade civil e religiosa".[12] Todavia, Joseph F. Smith declarou que "(…) a Igreja [de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias] segue a doutrina da separação entre igreja e estado. A Igreja não se envolve em política; seus membros podem pertencer ao partido político que decidirem seguir (…) não lhes é pedido, muito menos exigido, que votem dessa ou daquela maneira."[9]
[editar] CríticasAssim como acontece a outros grupos e denominações religiosas, muitas críticas somam-se aos Santos dos Últimos Dias.
Algumas delas, sobre o Livro de Mórmon. Afirmam, por exemplo: Que os arqueólogos e cientistas não encontraram nenhum vestígio das civilizações citadas neste livro; Quanto a cidade de Zaraenla, o livro não dá detalhes onde essa cidade se localizaria em qualquer lugar das Américas; Há ainda a transcrição literal de textos bíblicos assim como a repetição da oração do "Pai Nosso" quando Jesus Cristo ensinou o povo como orar. Normalmente, os mórmons-sud defendem com veemência suas convicções e doutrinas (passadas e presentes).
[editar] Mórmons FamososMoroni Torgan, parlamentar brasileiro.
Mitt Romney, pré-candidato republicano à presidência dos Estados Unidos em 2008.
Stephen R. Covey, autor do best-seller Os Sete Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes.
Brandon Flowers, músico, vocalista da banda de rock norte-americana The Killers.
David Neeleman, fundador das companhias aéreas americana JetBlue Airways e da brasileira Azul
David Archuleta, cantor e compositor norte-americano; concorrente do American Idol.
Tita, seleção brasileira.
Nolan Bushnell, co-fundador da empresa de videogames Atari.
Michael O. Leavitt, secretário Federal de Saúde e Serviços Humanos dos EUA.
Alan Ashton, inventor do processador de texto.
Stephenie Meyer, autora da série best-seller Crepúsculo.
Moroni Cruz, um ator do canal da Disney no Brasil. É o personagem Rodes do seriado Quando Toca o Sino.
Freddy Rincón, ex-futebolista da Seleção da Colômbia e do Corinthians
Uma lista maior encontra-se no sítio [1] e [2].
[editar] Ver tambémA Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias
Comunidade de Cristo
[editar] Ligações externasSite oficial da Igreja (em inglês) com versão em (em português)
Site oficial da Igreja no Brasil
Site oficial da Igreja em Portugal
Referências1.↑ Joseph Smith - História 1:59
2.↑ Pérola de Grande Valor, Regras de Fé 1:8
3.↑ O relato completo de Joseph Smith Jr. a respeito desta visão está em Pérola de Grande Valor, Joseph Smith - História 1:1-20.
4.↑ Revista Superinteressante Ed. 241
5.↑ Roberts, B. H. (1905) History of The Church of Jesus Christ of Latter-day Saints, vol. 3
6.↑ Relato do martírio em Doutrina e Convênios 135:1
7.↑ Revista Veja Edição 1736 - 30 de janeiro de 2002.
8.↑ Pérola de Grande Valor, Regras de Fé1:12
9.↑ a b Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph F. Smith p. 125.
10.↑ Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Heber J. Grant p. 157
11.↑ Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Brigham Young p. 267
12.↑ Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Brigham Young p. 269
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